Resenha do livro - A extravagância do morto

by - janeiro 30, 2021

  Resenha do livro - A extravagância do morto

 

Então, finalmente, vamos falar de um clássico, mas antes de eu falar/escrever o que eu achei sobre esse livro, eu devo falar o que faz um livro ser considerado clássico. Porque eu sempre perguntei sobre isso.


Eu acredito que é uma associação que vê contos feitos por homens e geralmente, branco e ás vezes, são ricos que escrevem contos que a associação acredita serem bons, ou seja, contos que agradam à classe rica da sociedade e depois a população geral. Falo isso sabendo que sim, há exceções- Olha, Machado de Assis era um homem  negro e escreveu um dos melhores contos que o Brasil já viu, mas, foi Whitewashed-

 

 

Dá uma olhada no vídeo acima e ve se você concorda...e se não entender inglês, tem legendas.

 

Bom, de volta ao assunto, eu li A extravagância do morto e sinceramente, não gostei. Me senti enganada com esse livro. Não ofereceu um mistério, mas sim, uma manifestação das visões politicas da autora do que contar um bom mistério.

 

 

Mas, vamos por partes como o Jack, o estripador.

 

Editora-> Harper Collins Brasil

 

Acho que já falei sobre essa editora, caso não, bom, aqui Harper Collins Brasil há livros como Senhor dos Aneis – kit com a coleção toda- e também, há livros Harquelina/romance hot para quem estiver procurando algo mais picante.



Autora-  


 

Nascida em 1890 e falecida em 1976. Agatha ainda é considerada a “A rainha do crime” vinda de uma família inglesa bem rica e com nome-sabe, Ingleses gostam do fato de terem a monarquia mesmo que seja para enfeite- essa escritora escreveu vários livros que ainda são lidos e adaptados para telas e telinhas.

 

Mas ela é incrivelmente classista. Ou você é um nobre ou você é sub-humano. E OH MEU DEUS, todos os seus livros mostram isso CLARAMENTE. Sabe, de uma certa forma, ela é meio parecida com Howard Lovecraft – SUPER RACISTA QUE ESCREVEU HORRERES COSMICOS- que era bem RACISTA.


Capa-> 


 

É uma boa capa. Não é uma promessa vazia, tipo, mostrar uma tenda na capa mas toda a história se passa em uma casa...não gosto quando capas não tem nada a ver com a história. Funciona perfeitamente, convida você a conhecer o que irá acontecer e você fica curiosa.

 

Livro-> 


Olha, esse livro conta uma das muitas aventuras de Hercules Poirot que é um famoso detetive belga que recebeu uma chamada de telefone de uma amiga escritora- self-insert da Agatha?- que o convida para resolver um mistério, um assassinato, antes que o mesmo realmente aconteça.

 

MEU DEUS! Esse livro me enganou e ainda me bateu na cara por ser uma idiota. To falando serio. Agatha cuspiu em mim e meu único conforto é o fato de que esse livro foi bem baratinho. Imagina pagar isso numa livraria-que com toda certeza botaria esse livro com um preço absurdo- deus me livre!

Um livro onde você é prisioneiro de uma extravagância de gente rica que se importa mais com nomes e sangue nobre do que a vida humana – na Inglaterra da Agatha, Extravagância tem dois significados. Um deles é uma construção chique para gente rica, olha, é o melhor que posso fazer aqui pois não há nada demais na construção- e todos os personagens são nojentos.

 

Olha, eu entendo PERFEITAMENTE que sim, as vezes, livros tem personagens que não são agradáveis. As vezes o personagem principal pode ser um babaca, eu entendo isso. Mas, gente...todos eles são apenas gente rica e condescendente em relação as vitimas da história.

 

Deixa eu colocar de outro jeito, tem UM NEO-NAZI NA HISTÓRIA E NÓS DEVEMOS SENTIR PENA PELA MULHER TER DEIXADO ELE?!

 

A vitima se chama Hattie e TODOS a detestam pois ela é uma bela mulher que se casou com um homem rico, esse foi seu crime. Oh, claro, não vamos esquecer das origens da Hattie...ela é da América do Sul ou da Índia e  INCESTO aparentemente é ok para essa gente incivilizada, ne?

Sim, eles acham que Hattie é um produto de incesto. Ninguém tem pena da vitima e nem o grande detetive consegue dizer algo gentil sobre a pobre menina. Uma mulher escreveu uma história onde uma mulher é morta e outra mulher fica feliz com sua morte...

 

De novo, eu entendo que nem todos os personagens precisam ser BOAS pessoas, mas, ninguém chorou por Hattie- não vou dar Spoiler, mas, uma pessoa chorou mas considero lagrimas de crocodilo- ela foi usada e jogada fora...de uma certa forma, representa o imperialismo inglês muito bem.

 

Usamos você ate você não ser mais útil para a cora inglesa.

 

Mas ai voce me pergunta: Bom, o mistério foi bom?

 

NÃO!

 

Como falei acima, foi muito mais uma manifestação sobre os pontos políticos da autora do que um mistério, bem nos últimos capítulos, Poirot monta um caso e sim, achei forçado para caramba. Tipo, foi coisa do último minuto...e não foi interessante de ver.


 

E não falo isso do ponto de vista moderno “ah, se tivessem feito um teste de DNA ou pericia” não me refiro a isso, me refiro como o detetive que é famoso e é super inteligente fez nada. Porque esse mistério não era um mistério, mas sim...”gente rica é superior”

 

O final foi ridículo para mim...eu meio que tava esperando por um twist em que a Hattie estava viva e fugiu dessa gente ruim-dando um golpe neles ou algo assim- mas, NOPE

 


Eu recomendaria esse livro? NÃO

 

Há livros de mistério bem melhor mesmo se tiver personagens que são pessoas ruins.


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